Médicos Dentistas: entre o desgaste e a urgência de proteção
E se o médico dentista não conseguisse chegar saudável à idade da reforma? A pergunta pode soar provocatória, mas traduz uma realidade preocupante. A profissão de médico dentista é, de facto, uma das mais exigentes e desgastantes, tanto física como emocionalmente.
Estudos internacionais demonstram que 93% destes profissionais sofrem de dores músculo-esqueléticas, muitas vezes resultantes de más posturas mantidas durante horas. A par disso, existe um elevado risco de burnout, ansiedade e depressão, consequência da pressão diária e da responsabilidade sobre a saúde dos pacientes. Acresce ainda a exposição constante a químicos, radiações e agentes biológicos, que tornam esta atividade particularmente nociva a longo prazo.
Apesar deste cenário, em Portugal os médicos dentistas não beneficiam de um regime especial de antecipação da idade da reforma, como já acontece noutras profissões consideradas de elevado desgaste. Esta ausência de reconhecimento institucional deixa um vazio na proteção social destes profissionais.
A necessidade de uma proteção dupla: pública e privada
Por um lado, é urgente que a Assembleia da República reconheça a medicina dentária como uma profissão de risco acrescido, garantindo um regime de aposentação ajustado à realidade. Por outro, há uma dimensão que não pode ser ignorada: a proteção individual através de seguros privados.
Um seguro profissional de proteção pode ser decisivo para colmatar fragilidades atuais. Este tipo de solução oferece:
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Cobertura em caso de incapacidade temporária ou permanente: assegurando rendimento mesmo quando a saúde não permite trabalhar.
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Proteção contra riscos de responsabilidade civil: essencial numa profissão onde erros involuntários podem ter consequências financeiras significativas.
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Apoio em saúde mental: com acesso a consultas de psicologia ou psiquiatria, fundamentais para prevenir e tratar burnout e depressão.
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Planos flexíveis de reforma complementar: que permitem ao médico dentista preparar, de forma privada, uma saída mais cedo e com segurança financeira.
O futuro da medicina dentária em Portugal não pode depender apenas da resiliência de quem a exerce. É necessário agir em duas frentes: pressionar o Estado para um regime de aposentação justo e adotar mecanismos privados de proteção profissional. Só assim será possível garantir que os médicos dentistas — que cuidam diariamente da saúde de todos nós — possam também cuidar do seu próprio futuro com dignidade.